Conheça o significado de nomes, siglas e expressões usados nesta edição
B2B – abreviação para o termo em inglês Business to Business, que se atribui às relações comerciais entre empresas.
Cadastro Ambiental Rural (CAR) – registro público eletrônico nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, que integra informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes à situação de áreas protegidas como Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. (Fonte: Serviço Florestal)
BlackRock – maior gestora de investimentos do mundo, com US$ 7 trilhões em ativos. Em 2019, seu presidente Larry Fink, em sua carta anual aos CEO globais, convidou os executivos a reavaliarem os pressupostos básicos de suas empresas, considerando os riscos climáticos e seus impactos sobre o mundo tangível e o sistema que financia o crescimento econômico.
Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – movimento multissetorial que nasceu em 2015, às vésperas da Conferência do Clima que estabeleceu o Acordo de Paris para o combate à mudança climática. O grupo foi criado para promover o diálogo entre ambientalistas e agropecuaristas. É composto por entidades do agronegócio no Brasil, organizações civis da área de meio ambiente e clima, representantes do meio acadêmico, associações setoriais e companhias.
Compliance – estar em conformidade com leis, normas, controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio. Isso vale para as esferas trabalhista, fiscal, contábil, financeira, ambiental, jurídica, previdenciária e ética. (Fonte: Endeavor)
Disclosure – significa tornar algo conhecido. Nos negócios, refere-se à divulgação, por exemplo, de um risco que pode ser relevante para o público.
Documento de Origem Florestal (DOF) – licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa. O documento deve conter informações sobre as espécies, tipo do material, volume, valor do carregamento, placa do veículo, origem, destino, além da rota detalhada do transporte. (Fonte: Ibama)
ESG – sigla em inglês para ambiental, social e governança (ASG), critérios aplicáveis às decisões de investimentos.
European Green Deal – conceito que já havia sido tema de relatório da Organização das Nações Unidas no final da década passada, sob o slogan Green New Deal, e entrou na pauta da Comissão Europeia em dezembro de 2019. Nos Estados Unidos, congressistas introduziram o Green New Deal na agenda política por meio de uma proposta legislativa em que pedem ao governo federal um desinvestimento em combustíveis fósseis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Externalidades – reflexos negativos ou positivos de uma atividade que são sentidos por aqueles que pouco ou nada contribuíram para gerá-los. No caso de externalidades negativas, os prejuízos impostos à sociedade não são arcados por aqueles que os provocam, e sim pagos por todos.
Guia de Transporte Animal (GTA) – documento obrigatório para o trânsito interestadual de gado para abate, recria, engorda e reprodução, por exemplo.
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – carteira de ações criada pela Bovespa, hoje B3, para direcionar investimentos para empresas comprometidas com uma gestão sustentável.
Pacto Global – lançado em 2000, o Pacto Global é uma chamada das Nações Unidas para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. Possui cerca de 14 mil membros em 70 redes locais, que abrangem 160 países. (Fonte: Pacto Global)
Princípios do Equador – conjunto de princípios desenvolvidos e adotados voluntariamente por algumas instituições financeiras internacionais e brasileiras na área de project finance, com o objetivo de compatibilizar investimentos e operações financeiras com a sustentabilidade socioambiental. Mais em www.equator-principles.com.
Prodes – sistema de monitoramento por satélites do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal que produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, usadas pelo governo para o estabelecimento de políticas públicas.
MapBiomas – plataforma que reúne perfis de 65 instituições para emissão de relatórios de desmatamento, com um total de 600 usuários cadastrados, como órgãos de controle, governos e empresas.
Monitoramento da Amazônia – no auge das queimadas em 2019, o presidente da República, Jair Bolsonaro, acusou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a mentir sobre os dados obtidos por satélite, episódio que levou à exoneração do diretor Ricardo Galvão.
Sistema B – movimento global, nascido nos EUA, que busca redefinir o conceito de sucesso nos negócios e identificar empresas que utilizem seu poder de mercado para solucionar questões sociais e ambientais. No Brasil, são 163 empresas B certificadas, de todos os portes.
Stakeholders – termo traduzido como “partes interessadas”, designa as pessoas e os grupos mais importantes e estratégicos para o relacionamento de uma empresa, tais como funcionários, fornecedores, clientes, investidores etc.
TCFD – Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima, na sigla em inglês. Padrão criado pelo Conselho de Estabilidade Financeira, ligado ao G20, para quantificar os riscos e oportunidades associados à mudança climática para os negócios. O entendimento da força-tarefa é de que as mudanças do clima ameaçam a estabilidade do sistema financeiro global.
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – instrumento de caráter executivo extrajudicial que tem como objetivo a recuperação do meio ambiente degradado ou o condicionamento de situação de risco potencial às integridades ambientais, por meio da fixação de obrigações e condicionantes técnicos.
NOTAS
Por Amália Safatle
[RELATÓRIOS] Métricas em comum
O Fórum Econômico Mundial lançou em setembro um conjunto básico de métricas ESG e critérios de transparência que pode ser usado pelos membros do International Business Council. O IBC reúne mais de 120 CEOs globais, com participação do Bank of America e das chamadas Big Four (Deloitte, EY, KPMG e PwC). O documento é intitulado Measuring Stakeholder Capitalism Towards Common Metrics and Consistent Reporting of Sustainable Value Creation, traduzido livremente como “Medindo o capitalismo das partes interessadas em direção a métricas comuns e relatórios consistentes de criações de valor sustentável”.
Com isso, será possível alinhar os relatórios sobre o desempenho em relação a indicadores ambientais, sociais e de governança, e identificar contribuições para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, por meio de uma base consistente e com maior convergência.
[FAKE NEWS] Pega na mentira
Falácias, mentiras e meias-verdades são comuns na narrativa antiambientalista. Mas ganham expressão em um governo negacionista como o brasileiro. Diante disso, a plataforma Fakebook.eco procura restabelecer os fatos e desfazer os principais mitos e desinformações no campo ambiental. Recentemente, dissecou o discurso do presidente da República Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU em 22 de setembro.
A plataforma traz ainda uma lista dos mitos ambientais mais frequentes e permite a interação com o público, que pode sugerir a verificação de informações. Criada este ano, é resultado da união entre dois projetos anteriores: o Fakebook, produzido pelo Observatório do Clima (OC), Greenpeace e ClimaInfo, e o Agromitômetro, uma iniciativa de checagem de informações ambientais do OC.
[AGENDA 2030] Apagão de dados
O Relatório Luz da Sociedade Civil sobre a Agenda 2030, que acompanha o andamento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil, não traz boas notícias. Nesta quarta edição, foram analisadas 145 das 169 metas da Agenda 2030, sendo que 17 metas nem sequer possuem dados para análise e sete não se aplicam ao Brasil. Mesmo na análise das 145 metas, especialistas tiveram dificuldades no levantamento de informações devido ao “apagão de dados” no País, refletindo a ausência ou ineficiência de políticas públicas, inexistência ou insuficiência de informações ou de séries históricas.
Nos casos em que inexistem informações oficiais, foram utilizados estudos produzidos pela sociedade civil ou pesquisas acadêmicas catalogadas na biblioteca SciELO ou no Portal Capes, observados os critérios de série histórica e metodologia consolidada.
Nas páginas 96 e 97 do relatório, é possível obter um panorama geral das metas dos 17 ODS, com desempenho classificado como “retrocesso”, “ameaçado”, “estagnado”, “insuficiente” ou “satisfatório”. A publicação foi lançada nacional e internacionalmente em julho, por meio de três eventos.
[PANDEMIA] Transparência é saúde
Como parte de sua contribuição à transparência empresarial durante a pandemia, o Instituto Ethos lançou o Covid Radar, um coletivo de mais de 40 empresas que se juntaram para enfrentar os desafios do sistema de saúde e auxiliar na retomada da economia. Entre os conteúdos disponíveis no site, há um guia com oito recomendações relacionadas à responsabilidade social no contexto da pandemia. Uma delas trata da transparência empresarial e abertura das decisões, e pode ser acessada aqui.
[RASTREABILIDADE] Outra pecuária é possível
A origem da carne na Amazônia e no Cerrado pode ser monitorada com a integração de informações entre a Guia de Transporte Animal e o Cadastro Ambiental Rural, e os respectivos mecanismos legais que permitam sua validação conjunta. Seguindo também as exigências estabelecidas no âmbito do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia de Bovinos e Bubalinos e dos Termos de Ajuste de Conduta assinados entre o Ministério Público Federal e os processadores de carne que operam na Amazônia Legal.
Esta é uma das conclusões do estudo A rastreabilidade da cadeia de carne bovina no Brasil, publicado em setembro pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, como resultado da iniciativa Amazônia Possível, lançada na Climate Week de Nova York de 2019. Além de reconhecer a complexidade da cadeia, o documento salienta os avanços tecnológicos que podem contribuir para a rastreabilidade e traz uma série de recomendações para que as melhores práticas se efetivem. Acesse o estudo completo e o sumário executivo.
[INTERVENÇÕES URBANAS] Veja através
A pandemia tirou o véu de muita coisa – deu mais visibilidade às desigualdades, jogou luz sobre o essencial, escancarou o caráter dos governantes. A solidariedade também ganhou espaço. Um ação articulada chamada Fotos Pró Rio, finalizada em outubro, arrecadou recursos para comunidades cariocas e também para artistas e fotógrafos em dificuldade por conta da Covid-19.
O coletivo Poro – Intervenções Urbanas e Ações Efêmeras participou da campanha doando os recursos obtidos com a venda da foto “Atravesse as aparências”. A fotografia resulta da série “Faixas de Antissinalização”, trabalho realizado em Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo, Brasília, Londrina e no Rio de Janeiro. Apontar sutilezas, criar imagens poéticas e trazer à tona aspectos das cidades que se tornam invisíveis pela vida acelerada nos grandes centros urbanos são algumas das provocações do Poro desde 2002. (AS)