Roteiro: Magali Cabral; produção: Cíntya Feitosa e Magali Cabral; locução: Bruno Toledo e Cíntya Feitosa
Você sabia que as pessoas se preocupam mais com a mudança climática do que com outras ameaças globais como terrorismo ou instabilidade econômica?
E que brasileiros e brasileiras são um dos povos que mais se preocupam com esse problema? Não é para menos. O Brasil está no grupo dos países que mais vão sofrer com os efeitos do aquecimento global.
O aumento além de 2 graus na temperatura média do planeta vai mexer com a vida de muita gente.
Países insulares podem até desaparecer do mapa com o aumento do nível dos oceanos. Para salvar algumas dessas ilhas, cientistas já afirmaram que o limite é 1,5 grau de aumento de temperatura.
Para evitar que o pior aconteça, temos de fazer uma boa gestão do carbono que vamos emitir daqui até o fim deste século.
Imagine que estamos então no ano 1900 e as emissões provocadas por atividades humanas ainda estão só começando.
Tinhamos lá atrás um “orçamento” de carbono de cerca de 3 trilhões de toneladas para emitir sem começar a mexer com o clima do planeta.
Até 2010, nós já consumimos dois terços desse “crédito”. Temos ainda 1 trilhão de toneladas disponíveis para emitir. O problema é que, além de sermos três vezes mais numerosos do que 50 anos atrás, o consumo por pessoa também aumentou muito.
Ou seja, temos de limpar a economia e, para isso, todos precisam fazer uma gestão de suas emissões. Quanto mais “sujo” for o setor, maior terá de ser o seu corte de carbono.
Segundo os cientistas, esse 1 trilhão de toneladas de carbono que ainda podemos emitir precisam durar até 2100.
Tarefa difícil. Veja só: se continuarmos a emitir nos níveis atuais, esse orçamento só vai durar por mais 20 anos. Faça as contas.
Hoje jogamos na atmosfera entre 50 bilhões e 54 bilhões por ano de CO2. A continuar nesse ritmo, em 2030 já estaremos beirando os nossos limites.
Para mudar esse quadro, na COP 21, em 2015, países de todo o mundo firmaram o Acordo de Paris. Por ele, o Brasil também precisa fazer sua parte, e para isso se comprometeu a reduzir suas emissões em 43% até 2030, em relação ao seu balanço de gases de efeito estufa de 2005.
A meta brasileira está apoiada em um tripé composto pelo combate ao desmatamento e pelos setores de energias renováveis e agricultura.
São setores carbono intensivos, com grandes margens para reduzir emissões. Mas o setor industrial e o de tratamento de resíduos também têm muito a contribuir.
Aliás, a sociedade como um todo tem um papel no combate à mudança do clima: governos nacionais, estaduais e municipais; empresas, sociedade civil e consumidores.
No âmbito global, organismos como a Convenção-Quadro das Nações Unidas e o IPCC exercem uma espécie de amarração do conjunto, de modo que todos os países atuem dentro de um mesmo parâmetro e em um ritmo mais ou menos sintonizado.
Para saber o papel de cada um desses atores e os instrumentos que estão disponíveis para ajudar na gestão de emissões, navegue nesta nova edição de P22_ON.